quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O “GARGALHO” DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL

Claro que não se aplica a todos eles, mas o grande “gargalo” da máquina pública está no Servidor. A estabilidade e os salários razoáveis fazem com que muitas pessoas sejam atraídas para a famosa carreira de servidor público.
Assim como um grande vestibular , e mais concorrido que Curso de Medicina na Universidade Federal de Minas, o primeiro método para selecioná-los é uma prova.Vamos lá, quem entende um pouco sobre educação sabe que é extremamente difícil medir alguma competência através de um teste escrito. A única coisa que o concurso garante é que todo mundo que entre nos órgãos públicos possua um bom ( ou razoável, ou muita sorte pra falar a verdade) conhecimento da teoria da profissão, do português correto ( ou a base “minerêz “mermo”) E não estou falando apenas de concursos para ensino médio ou fundamental, como também para graduados e até Dr.s O bom é que dentre estes bons de lápis vão existir os muito bom profissionalmente, os medianos e os sofríveis. Mas infelizmente, os muito bons se destacam e na maioria das vezes acabam indo para outros municípios ou para a iniciativa privada, que tem melhores condições de remunera-los. Aí é que está o “gargalo”, ficam então na maioria das vezes, os medianos e os fraquinhos e acomodados. Mas o mediano tem uma tendência de gostar do que faz e se dar bem no trabalho, tendo uma remuneração razoável, o difícil é a remuneração subir ( demora um tempinho). Mas a remuneração geralmente sobe com o tempo de serviço, com o troca-troca de setor, apostilamentos , arranjo daqui e dali, aí até que ele tende a ficar satisfeito.
Mas o maior problema são os fracos, os sofríveis, que dificilmente gosta do que faz e portanto acaba fazendo tudo muito mal, com mau-humor, já que ele não encontra em lugar nenhum outra profissão que lhe pague o mesmo. É isso que transforma o trabalho dele em praticamente uma prisão, pois seu padrão de consumo está adaptado à renda e ele nunca pode abandonar a carreira que ele não gosta, condenando-o ao sofrimento eterno.
E esse eterno sofrimento desse servidor é que acaba emaranhando tudo. E municípios grandes, como o caso de Contagem cuja característica é industrial, acumulam uma enorme pilha de papéis e processos em vários setores e secretarias técnicas, prejudicando, principalmente, empresas pequenas geradoras da maioria dos empregos da cidade.

Já o servidor convive bem com seu sofrimento eterno, e de atestado à atestado ele chega a aposentadoria integral.
Fica a pergunta então: eficiência é questão de motivação? Estabilidade seria então sinônimo ou antônimo de insatisfação?
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Texto: Raquel Vasconcelos - Bacharel Linciada em História pela PUCMinas, pós graduanda em Comunicação e Política pela UNIBH

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